terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

espelunca


 Parei num daqueles restaurantes de beira de estrada, que a gente pode chamar de espelunca. Olhei para balcão de vidro e pedi uma coxinha. O balconista pegou a coxinha, deus uns tapinhas nela, tirando um pó amarelado e disse: “Isso não é coxinha não, moço. É ovo.”
No balcão também tinham umas salsichas em conserva, que pareciam se mexer dentro do vidro. Pedi então uma porção de macarrão e uma pinga, pra matar qualquer germe que tivesse ali. Junto com o macarrão veio um prato com umas manchas esquisitas.
“Quequé isso aqui no prato, moço?”.
“É desenho”, ele respondeu.
“Então deve ser desenho animado, porque está mexendo”, concluí.
Tomei só a pinga - pra esquecer - e pedi a conta. O balconista então fez a soma das despesas, rabiscando com o dedo a gordura que havia no fundo de um prato.
Antes de sair, tomei o cuidado de lavar muito bem as mãos com um pouco daquela pinga.

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